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Lidando com a Complexidade: Diretrizes para Líderes na Gestão de Pessoas e Equipes

como lidar com a complexidade
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Trate a complexidade como complexidade

Essa é a primeira diretriz de como lidar com a complexidade das coisas ao qual estamos inseridos.

Constantemente como líder me encontro diante de uma situação onde preciso dar uma resposta a ela, e normal ter que parar um pouco para avaliar e então entender que aquilo é algo complexo.

Inclusive muitas vezes já errei e ainda de vez em quando erro, pois a primeira reação automática nossa para responder a uma situação é reduzir ela em partes para entender cada parte e assim ter uma visão do todo. 

Essa é uma forma que tem seu lugar para analisar as coisas, principalmente quando estamos lidando com contas matemáticas como quando estou tentando entender minha planilha de controle financeiro; “como que está dando essa diferença aqui aqui sendo que já  lancei todos os meus gastos”. Acontece com você também.

Porém quando me deparo diante de situações que envolvem pessoas, equipes e decisões que afetem o produto, tentar aplicar essa mesma abordagem acaba se tornando um erro. 

Pois por mais que minha planilha financeira seja complicada de entender ela não é complexa, ela é previsível, com certeza está faltando algo que ainda não identifiquei a ser lançado rsrs. Porém pessoas e equipes não são tão previsíveis assim. 

Numa situação por mais parecida com outra já vivida o que resolveu na outra não é garantia de resolver nessa, e quebrar essa situação em partes, não vai te dar visão clara das coisas e te ajudar a responder a ela. 

Por isso assuma que pessoas, equipes e produtos são complexos, ou seja, não são tão previsíveis assim, portanto trate-os como complexos.

Resolver a situação de uma pessoa que não está performando quase sempre será diferente de como tratou uma outra pessoa que não estava performando e passou a performar.

O maior sinal de maturidade de um líder é não tratar todos de forma igual, pois são diferentes, reagem de forma diferente, se motivam de forma diferente.

Com isso, aqui vão algumas dicas de como lidar com a complexidade das situações usando as diretrizes do Pensamento Complexo do Management .3.0

A primeira já falei que é tratar aquilo que é complexo como complexo.

A segunda diretriz é use a diversidade de perspectivas.

Para entender e responder a algo complexo é necessário entender como aquilo é enxergado por outros pontos de vista. 

Para entender por exemplo o por que uma pessoa não está performando bem não fique só com o seu contexto, seu ponto de vista, converse com a pessoa, busque o ponto de vista dela mesmo, busque extrair o ponto de vista dos colegas de equipe, mas busque entender. 

Essa pessoa pode não estar performando bem por conta de problemas familiares, ou por estar ajudando demais outras pessoas da equipe e por isso não está entregando algo diretamente, ou pode simplesmente realmente não está conseguindo acompanhar o ritmo da equipe por falta de conhecimento ou interesse, as possibilidades são enormes e formas de tratar também.

Terceira diretriz assuma subjetividade e coevolução.

Ao olhar a primeiro momento para essa diretriz parece um nome difícil de compreender o que ela quer dizer, porém basta entender que uma situação complexa é subjetiva e a sua evolução ou involução normalmente depende de outros fatores. 

Um novo membro no time pode causar diversas reações em uma equipe, involuindo a performance dela, causar desânimo, mas também pode gerar o contrário, o caminho que as coisas podem tomar não é previsível, algo emerge de como o sistema (leia-se equipe) irá se adaptar a um novo membro na equipe por exemplo. 

Cabe ao líder entender que comportamentos emergem dessa adaptação e com isso lidar com isso, ou moldar essa adaptação. Tornando por exemplo a escolha de um novo membro compartilhada com o time, ter um processo de onboarding que ajude o novo membro a “rampar” mais rápido, ou seja, deixar o sistema preparado para receber da melhor forma novas pessoas, proporcionando uma melhor adaptação do mesmo.

Quarta diretriz é copiar e adaptar

Não vou ficar muito tempo nesta diretriz de como lidar com a complexidade, pois ela é bem clara, perca o medo de copiar aquilo que é bom, porém não seja cabeça dura ao ponto de sempre tentar aplicar as coisas “by the book” onde essa cópia precisa ser exatamente igual, normalmente as coisas precisam se adaptar para rodar em um time, um grande exemplo disso é um quadro Kanban por exemplo, é difícil se repetir um quadro, com os mesmos padrões, regras e combinados em times diferentes. Normalmente se aproveita a ideia do que está dando certo e então isso é adaptado.

Eu particularmente já sofri muito com isso tentando padronizar as coisas, e buscava forçar “ideias”, ou “soluções” aos meus colegas, depois entendi que isso era meio pedra de tempo, hoje eu apresento a ideia e como faço, se meu colega gostou ele copia e adapta para o time dele, assim como faço com as boas ideias que eles possuem.

O próprio feedback Wrap do Management 3.0, eu quando aplico feedback uso uma versão adaptada do mesmo, como escrevi nesse artigo aqui, adicionando um ingrediente a mais, e tudo bem, faz parte do jogo e é assim que funciona as coisas.

A quinta diretriz é Considere a dependências do contexto

Uma vez que você buscou diversos pontos de vista para entender a situação, você já terá uma visão um pouco mais clara do contexto da situação e poderá ter mais insumos para agir e lidar com a complexidade dela. Mas é importante entender que o contexto é fundamental para entender uma situação. 

Uma pessoa que não está performando no seu contexto pode performar bem em outro. 

Para um desenvolvedor de  código por exemplo, ele pode performar mal em um time e bem em outro time que possua a mesma linguagem de código, porém estruturada de forma diferente, ou as pessoas são diferentes. Precisamos levar em conta o contexto para avaliar a situação. 

Pessoas que tendem a achar que as coisas são lineares, causa e efeito, ignoram o contexto, felizmente na minha experiência tenho visto que esse tipo de pessoa tem diminuído, porém ainda é possível ver com uma certa frequência em alguns cargos de liderança. 

Alguns líderes ainda acham que porque um time performou muito bem em um passado pode repetir a dose em outro contexto com as mesmas variáveis. Não estou dizendo que não pode, mas é perfeitamente compreensível a baixa performance com a mudança do contexto, cabe ao líder e às pessoas da equipe entender e propor as mudanças necessárias no ambiente para a melhor adaptação ao novo contexto do time.

Antecipe, explore e adapte e Encurte os ciclos de feedback

Estas são a sexta e sétima diretriz de como lidar com a complexidade, que aqui coloco juntas pois fazem todo sentido estarem juntas.

Confesso a você que já sofri um pouco com perfeccionismo, uns diriam, perdi muito tempo dourando a pílula, o que me deixa mais tranquilo é que esse problema não é só meu, risos, talvez por conta de como aprendemos em nossas salas de aula, quando crianças e adolescentes, onde nossos professores tiravam nota nossa quando nosso trabalho entregue não estava impecável, mais preocupados com a aparência da coisa do que com o conteúdo dele ou principalmente se eu realmente tinha aprendido a matéria. Por isso, dou um desconto pra mim mesmo, 

Dito isso, a chave para lidar com situações complexas, é experimentar logo, antecipar situações, explorar ideias, colher feedback rápido e adaptar conforme experimenta e colhe feedback. 

No meu exemplo do rapaz que não performa, após ter uma visão um pouco mais ampla do motivo da não performance, experimente ações, explore alternativas, colha feedback, mas não fique insistindo em uma fórmula mágica, do tipo essa pessoa precisa fazer o treinamento “xpto” da plataforma x porque essa plataforma é a melhor do mercado. Pode ser que essa pessoa aprenda nela, pode ser que não, o X da questão é experimente logo, colha feedback logo e mude a rota se necessário.

Para finalizar a oitava diretriz é Manter as opções em aberto 

Essa diretriz é mais um lembrete que ao lidar com a complexidade por mais que você organize seu sistema, por mais que você busque direcionar de maneira correta seu ambiente para propor a melhor adaptação ao seu time, você precisa entender que ainda assim o resultado pode não ser o que você espera. 

Pode ser melhor ou não tão bom assim, a regra aqui é não tentar prever como seu sistema (leia-se equipe) irá se comportar com as situações que ocorrem a ele. 

Cabe a nós líderes em vez de prever, pensar em cenários que possam acontecer, e ter o que fazer de acordo com o que o cenário se apresenta e vai se mostrando.

Por mais que eu trabalhe meios com um liderado que não está performando bem, ele pode não responder bem, ou começar a performar, ou ainda superar em muito a performance esperada, a regra é entender que um sistema complexo não é previsível, por mais que trabalhamos formas de entender e mitigar a imprevisibilidade temos que estar prontos para o que vier dele.

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Tarcísio no fundo preto

Sou apaixonado por tecnologia e gestão de pessoas

Contribuir no desenvolvimento delas é o meu propósito, onde faço tanto no meu dia a dia no trabalho quanto nos Workshops de Management 3.0 e aqui na Agile Leader Academy.

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